quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Um dia encontrei um sonho...

A vertigem do meu sonho tantas vezes desejado, surgiu um dia disfarçado de ilusão.
A distância da fantasia desvaneceu e a sua tangência tornou-se possível.
A minha alma, sedenta de sensações e saturada de utopias tornou-se leve,
flutuando pelas infinitas possibilidades que a súbita felicidade oferecia.
E o sonho, tantas vezes cinzento ou incolor, transformou-se abruptamente em suspiros imensos.
Os seus espaços vazios, antes abandonados e sós, deram lugar a tons, definições e melodias com sentido.
Os dias correram, acelerados, frenéticos, amorosos.
Em cada um deles uma descoberta, uma promessa e mais uma certeza...
Mas...
...o "mas" não tarda a mostrar-se.


A realidade dos sonhos nem sempre corresponde à realidade mundana.
A consciência de que todos falhamos na nossa própria idealidade,
que o "eu" que ambicionamos ser não é exactamente o "eu" que praticamos, não pode ser esquecida.
Para alguns os sonhos não têm imperfeições e quando ultrapassam a fantasia são contrastantes com a realidade.
Porque só nos sonhos somos perfeitos.
E só na perfeição dos sonhos não nos perdemos.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Sim...tu

Tu és parte de um naufrágeo recente.
Um destroço já encontrado mas que ainda não se deixou abrir.

sábado, 13 de dezembro de 2008

(Des)Espero…

Eu espero não mais por ti.
Nada mais sofro,
Nada mais quero.

Os meus olhos vêem o que passou,
O que foi e não é,
O que sempre se desejou.

Ganhei amor para logo o perder
Perda essa que se estendeu até mim, me estristeceu o olhar,
me afogou em sonhos e desesperos.

A amargura passou e por ti…
Não mais eu espero.
Continuo a querer gritar.
Busco o grito dentro de mim, mas nem o seu eco consigo persentir.
E vou ontinuando a tentar desenvencilhar-me dos nós com que me ataram.

O destino, cruel como é, foi-o sendo colocando-te no meu caminho,
onde despejaste água no passeio de todas as minhas certezas,
apagando-as, como giz que fossem.

Posso libertar uma lágrima esperando ver o meu desabafo através da sua transparência.
Posso até beber essa lágrima, que nada mais é senão a transparência do meu grito.

Por vezes não sei o que pensar, o que fazer, ou para quê dizer.
Canso-me, bato-me e quase desisto,
mas nunca de mim.

Talvez me encontre...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Esta sensação de vazio em que me encontro,
diferente de tantos vazios experimentados,
é profunda, oca e sem sabor
nua como um desejo infundado.

é brisa fria e indolor,
no seu desconforto errante
que em meu peito latejante,
não encontra lugar nem amor.

Não repouso,
não vislumbro
Não existe o concreto.

Apenas um sonho...eterno,
e a vida a descoberto.